Vozes de Tchernóbil, Svetlana Aleksiévitch
Já perdi a conta de quantas vezes tentei escrever sobre esse livro, mas acabo chegando a lugar nenhum. Então dessa vez vamos começar por um breve resumo: Vozes de Tchernóbil fala sobre o maior desastre nuclear ocorrido em 1986, fazendo com que todo o material radioativo atingisse distâncias inimagináveis na Ucrânia, sob os olhares, ou melhor, nas palavras dos civis que viveram na cidade de Pripyat e arredores: Mães, idosos, esposas dos bombeiros e liquidadores, professores, voluntários, oficiais, CRIANÇAS...Difícil mesmo é imaginar a dor e o sofrimento que foi para essas pessoas passarem por tudo isso. Svetlana finalmente deu voz àqueles que, pelas palavras deles, perderam “não a cidade, mas a vida inteira.”.
A ausência das palavras da autora ucraniana na narrativa é essencial para tornar os monólogos fortes e poderosos. Alguns exclamam todo o seu amor à pátria, outros se indignam pela falta de informações. Alguns falam de dor e tristeza, outros falam do amor.
É interessante notar que em diversos depoimentos é citado a grande explosão do reator como uma guerra invisível devido aos inúmeros militares nas ruas e a omissão dos fatos por parte do governo, sem contar que nesse período ainda tinha a tensão da Guerra Fria entre União Soviética e Estados Unidos.
O acidente nuclear de Chernobyl sem dúvida entrou para a história e, mesmo após trinta e quatro anos do ocorrido, deixa lembranças amargas. Svetlana trouxe um trabalho jornalístico incrível através de “Vozes de Tchernóbil”, com as histórias que nunca foram ouvidas antes e agora nos emocionam. Não é a toa que é ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura. Merecido!
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