Resenha | A ÁRVORE DA MENTIRA (Frances Hardinge)
“A MENTIRA TEM SEUS FRUTOS. E QUASE NUNCA SÃO DOCES. Na inóspita ilha inglesa de Vane, em pleno século XIX, os Sunderlys desembarcam, atraindo atenções e suspeitas.
Quando o reverendo Erasmus, patriarca da família e proeminente estudioso de ciências naturais, é encontrado morto em circunstâncias obscuras, sua filha, a jovem e impetuosa Faith, está determinada a desvendar o mistério. Para isso, precisará de coragem não apenas para confrontar dolorosos segredos mas também para desafiar as implacáveis tradições da sociedade em que vive. Investigando os pertences do pai em busca de pistas, ela descobre uma planta estranha. Uma árvore que se alimenta de mentiras sussurradas e dá frutos que revelam verdades ocultas.
Quando a espiral das sedutoras mentiras de Faith fica fora de controle, ela compreende que as verdades estilhaçam muito mais. Combinação de horror, romance policial e realismo fantástico, esta arrepiante história da premiada escritora britânica Frances Hardinge, autora de "Canção do Cuco", promete arrebatá-lo do começo ao fim.”
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A trama gira em torno da família Sunderly. O Reverendo
Erasmus, sua esposa Myrtle, a jovem filha Faith e o caçula Howard. O leitor se
depara com a família viajando junto com o tio Miles de Londres para a pequena
ilha localizada em Vane. Acontece que a protagonista dessa história é
extremamente curiosa, o fato de a família ter arrumado essa viagem às pressas
com a desculpa de que o pai, o grande naturalista e cientista, é convidado para
uma escavação na ilha, desperta a desconfiança da garota.
A narrativa é em terceira pessoa e na maior parte do tempo,
sombria e tensa cheia de metáforas intrigantes. A autora conseguiu descrever
brilhantemente o cenário de uma ilha pequena, florestas e cabanas escuras e
personagens inteligentes. No entanto, o mais curioso de tudo é a Árvore. A
misteriosa planta que o Reverendo carrega para cima e para baixo com tanto
cuidado e zelo desperta a atenção do leitor. Principalmente quando Erasmus
Sunderly é encontrado morto em circunstâncias estranhas e suspeitas. Apenas
Faith desconfia de que possa ser um assassinato, enquanto todos acreditam ser
suicídio.
Na época em que a história é retratada, no século XIX, o suicídio
é um crime quase bárbaro, desumano e terrível. Assim como o fato da sociedade
impor o comportamento da mulher como esposa obediente e discreta. É isso que
torna Faith uma personagem tão interessante, ela sempre foi contra as regras e obrigações
da sociedade, é por isso que não é levada a sério quando conta sobre suas
suspeitas.
Sendo assim, após tantas evidências e injustiças, a
protagonista decide investigar a morte do pai, ela só não imaginava que o
desejo pela descoberta do assassino a levaria para outros assuntos peculiares
do pai. O diário do Reverendo achado pela garota a leva para a Árvore e como a
boa cientista que quer ser, Faith a estuda. Toma conhecimento da planta e
aprende como ela funciona.
O simples sussurro de uma mentira próximo à planta até ao
alastramento da mesma dentro da ilha, permite um fruto que contém um segredo.
Faith usa desse artifício para descobrir o responsável pela morte do pai, mas o
fruto nunca é doce...
Se o pai foi assassinado, existe algum motivo... E Faith
estará perto de saber a verdade. Frances Hardinge criou um mistério em torno da
Árvore incrível. O desenvolvimento da história é rápido e inteligente. É viciante!
Faz tempo que não me empolgo tanto com as páginas finais de um livro. “A árvore
da Mentira” é um misto de suspense, ação e fantasia com um cenário sombrio,
personagens inteligentes e uma trama bem montada sem pontas soltas.
Recomendadíssimo!
Publicação @novoseculoeditora
Ano: 2016 | 304 páginas
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